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Polo têxtil de Americana: veja por que é tão importante para a economia do Brasil

O que seria da sociedade atual sem os tecidos? São as roupas que aquecem e dão uma sensação de segurança e bem-estar a cada indivíduo. Com isso, pode-se afirmar que a indústria têxtil é um dos setores mais importantes do país — não só em termos sociais, mas também em quesitos econômicos.

Americana, município da microrregião de Campinas que detém o maior polo da indústria têxtil do país, contribui bastante para esse cenário. A cidade é composta por mais de 600 empresas e produz cerca de R$ 4 bilhões anualmente, sendo que 31% de suas empresas são voltadas para fibras químicas.

Quer conhecer mais sobre o polo têxtil de Americana? Então, continue conosco e veja tudo o que você precisa saber sobre o assunto!

 

Um panorama do setor e a história do polo têxtil de Americana

 

Com a grave crise econômica brasileira ocorrida nos últimos anos, a área têxtil passou por um grande declínio, que faliu vários empresários e enfraqueceu negócios de grande renome. Porém, houve uma considerável recuperação a partir de 2018 e a tendência é que, até 2020, o setor venha a se consolidar até mesmo no mercado internacional.

A região de Americana, formada pelos municípios de Americana, Hortolândia, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré, é conhecida hoje como o maior polo da indústria têxtil do Brasil. Trata-se também de um dos principais locais em que são produzidas fibras artificiais e sintéticas na América Latina.

Os responsáveis pelo começo dessa grande história são os imigrantes italianos que povoaram a área no século XIX e formaram uma grande classe operária. Em pouco tempo, a tecelagem se tornou a principal atividade econômica da região (posto que predomina até os tempos atuais), junto aos ramos alimentício e químico.

 

Principais empresas da região

 

Entre as indústrias têxteis localizadas no polo de Americana, estão:

  • Vicunha Têxtil;
  • Santista;
  • Tabacow;
  • Invista;
  • Unitika;
  • Toyobo.

 

Representando o setor alimentício e o químico, o local abriga nomes como:

 

  • Del Valle (bebidas);
  • White Martins;
  • Goodyear;
  • Metalúrgica Nova Americana;
  • Ripasa;
  • Ficap;
  • Nardini;
  • Transportadora Americana.

 

Localização e capacidade

 

A localização, próxima à capital São Paulo e a regiões de larga produção industrial (como o ABC Paulista), faz com que o polo têxtil de Americana seja um dos mais importantes do país. O investimento de grandes famílias de fazendeiros e cafeicultores nos negócios da região, formando parcerias diversas, é outro ponto que favorece o desenvolvimento local.

Atualmente, a área tem capacidade para produzir quase 150 milhões de metros lineares de tecido por mês, sendo que as indústrias trabalham com tinturarias, estamparias, fiações e tecelagens. As especialidades são as fibras artificiais e sintéticas, usadas prioritariamente na moda feminina e decoração do lar.

 

A economia do setor têxtil de Americana

 

O polo têxtil de Americana tem uma grande importância para a economia brasileira, visto que concentra 32% das empresas têxteis instaladas no país e 27% das voltadas para confecção. Nos últimos anos, houve uma redução considerável no número das companhias (de 700 para 600).

Porém, ao contrário do que possa parecer, trata-se apenas de um reflexo do crescimento das empresas mais destacadas. Ou seja: os negócios já existentes estão faturando com menos recursos.

Tem havido também uma atração de novas organizações. Isso acontece por meio de cursos de gestão de negócios, aperfeiçoamento e formação de mão de obra na área têxtil — em grande parte das vezes oferecidos pelo Sebrae/SP.

Por meio dessas capacitações, os empresários aprendem a identificar oportunidades de melhorias em seus negócios e planejar o dia a dia nas empresas. Como resultado, é possível perceber o aumento da produtividade e do faturamento, além do desenvolvimento econômico e social das cidades envolvidas, a partir da geração de emprego e renda.

 

As relações internacionais do local

 

Os chineses são, sem dúvidas, os maiores vilões do crescimento do polo têxtil de Americana. O problema não é a competitividade, mas sim a grande carga tributária brasileira. Há também o alto custo da matéria-prima.

Em 2011, no governo Dilma Rousseff (PT), ocorreu a chamada tributação específica, caracterizada pela arrecadação própria de cada setor. A medida tem como objetivo diminuir a tributação para itens de determinados setores em longo prazo.

No caso da indústria têxtil, as alíquotas passaram a ser cobradas por meio do “ad rem”, sendo que há um valor fixo para cada unidade especificada. Alguns exemplos que entram nesse sistema são a engomagem e o tingimento do tecido.

Seguindo a lógica do Ótimo de Pareto, que realiza análises em uma proporção de 80 para 20, o mercado brasileiro deverá ser abastecido por apenas 20% de produtos importados até 2020 (frente aos 80% dos itens nacionais que estão crescendo em exploração).

Mesmo com esses problemas, o polo têxtil de Americana tem se destacado como um bom exportador, principalmente de fibras químicas, para a América Latina.

 

As especialidades e os desafios enfrentados

 

Além dos tecidos diversos, as principais especialidades do polo têxtil de Americana são as fibras artificiais e sintéticas, também chamadas de fibras químicas. Elas podem ser divididas em têxteis e confecções.

As fibras têxteis abrangem os seguintes materiais:

 

  • fios e linhas de costura: algodão, nylon, lã, carretel, seda e metálicas;
  • tecidos: acrílico, couro, elastano, feltro, gaze, lã, malha, moletom, Oxford, pena, poliéster, renda, seda, tricô, veludo, voile, entre outros;
  • malhas: marcerizada, fria, penteada e cacharrel.

Já as confecções incluem as alternativas abaixo:

 

  • linha lar: cortinas, lençóis, fronhas, toalhas, tapetes, estofados etc.;
  • vestuário: calças, camisas, roupas íntimas e sapatos.

 

Por fim, os principais desafios do polo têxtil de Americana são manter e possibilitar o crescimento das indústrias após os anos de crise. É preciso buscar por inovações em seus produtos como meio de expandir as vendas não só internas, mas também externas.

Procurar exportar não apenas para a América Latina, mas para países da América do Norte, Europa, África e Ásia, é uma alternativa ao sistema tributário brasileiro. Porém, aumentar a representatividade no exterior com o fortalecimento de laços com membros das relações internacionais é sempre uma boa escolha, seja no que se refere à exportação, seja em termos de créditos.

Fonte: FCEM